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segunda-feira, novembro 03, 2003

Graças ao facto de ter uma grande rede de contactos tive acesso ao seguinte documento, que não hesito em compartilhar com o amável leitor. O único problema é que só consegui a primeira folha deste arrepiante e elucidativo documento. Talvez com o tempo vá conseguindo tomar conhecimento das restantes.


"Memorando interno
Ministério das Finanças
Direcção geral da Administração Pública

Classificação: Sigilo absoluto (for your eyes only)

Destinatário(s): pessoal recém-contratado que vai entrar em contacto com o público


Benvindo caro colega a essa nobre e espinhosa missão que é servir o bem público (se bem que por vezes não o bem do público... uma piadinha caro colega, uma piadinha). Acabou de entrar numa verdadeira sociedade secreta, com o seu próprio código de actuação. Agora que já ultrapassou as difíceis provas de admissão (ou falou com o familiar/amigo ou familiar de amigo que lhe meteu a cunha) é tempo de conhecer algumas das regras mais secretas da nossa profissão. Resta apenas dizer que a violação deste código de conduta será punida com a morte imediata (o método é o seguinte: submerge-se o culpado em requerimentos e papeis avulsos). Agora as regras:

Código de cunduta

1. Nunca, mas nunca, sorrir, comprimentar, mostrar compaixão ou simpatia pelo sujeito que vai ter pela frente. Se o fizer ele é capaz de gostar de ser atendido por este serviço e querer voltar... e se isso acontecer por regra (e não só no caso dos masoquistas, como é o caso actualmente) é possivel que nos afundemos em trabalho. Acredite, pode ser difícil a princípio parecer vegetativo, mas depois habitua-se;
2. Comprar sempre a caminho do emprego uma revista feminina/jornal desportivo. Tem de ter algo para fazer, não é? (As senhoras têm a opção de fazer renda, os senhores de tirar macacos do nariz);
3. Desaparecer do guichet quando a bicha for grande demais (pode ser que algum deles desista);
4. Fale ao telefone. A sério, pode falar longamente e à  vontade, eles esperam. E não vale a pena fingir que é algo de importante ou relacionado com o emprego. Assim as pessoas que estão a esperar sempre têm alguma coisa para estar a cuscuvilhar. Para além disso, quando precisar de telefonar a sério para alguém, ninguém vai reclamar porque já estão habituados;
5. Mesmo que saiba datilografia as regras do sindicato obrigam a que escreva no teclado lentamente, usando apenas um dedo e procurando com vagar a letra seguinte. Desta forma os seus colegas menos adaptados ás novas tecnologias não se sentem inadaptados e não existe discriminação;
6. O utente nunca tem todos os papeis necessários. Quando por algum motivo já não for possíovel pedir mais papeis, mande-o para o guichet ao lado. Se este não existir, então aceite, relutantemente, os papeis e ponha-os num canto qualquer, mandando os que realmente não lhe interessam para o lixo;
7. Se usar óculos deve usar uma daquelas correntes que os prendem ao pescoço. Aqui não há nenhuma razão especial, mas o costume é fonte de Direito e o que serviu para os seus antecesores também pode servir para si;
8. Utilizar a sequinte expressão 2 a 3 vezes por hora: "Não sei...... Tenho de perguntar ao meu colega...... É que eu não sei mesmo...." e desaparecer por algum tempo (aproveite para ir à casa de banho). Isto dá a impressão que alguém sabe alguma coisa, mas esse alguém não é você, desencorajando novas perguntas;
Fim da página 1


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